segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

a margem do caminho

Na época em que os ricos faziam viagens a cavalo ou de carruagem, em contraste da maior parte da população que andava a pé, se passa essa pequena anedota. (Foi a forma que encontrei de me expressar).




Estava andando a algumas horas por essa estrada poereinta, fazia semanas que não chovia. Chegava a um cruzamento que não possuía placas de direção.
Não ia mesmo adiantar ter uma placa, não sabia ler. Ao chegar no cruzamento, reparou que junto a uma árvore, em uma das direções, havia um velho mendigo sentado a observá-lo.

- Dia. Disse o viajante.
- Dia. Respondeu de pronto sem se mexer o mendigo.
- Você sabe para onde vão essas estradas?
- Não tenho a mínima ideia.

O mendigo não parava de encarar o andarilho que acabará de chegar. Este por precaução olhou em volta achando que talvez trata-se de um assalto. Não viu nada, mas passou a ficar mais atento.

- Quer um pouco de água? Ofereceu o viajante em uma tentativa de quebrar o gelo.
- Por que não?

Após um longo e demorado gole o mendigo agradeceu, mas voltou a encarar o viajante.
Incomodado com a situação resolveu perguntar, mesmo achando que seria grosseiro.

- Por que me encara?
- Qual é sua profissão mesmo?
- Sou mensageiro. Mentiu o viajante.
- Ah! É que eu pensei que você fosse um mercenário.
- E por que o senhor achou isso?
- Eu já perdi muito tempo da minha vida aqui sentado, vendo as pessoas passarem, vivendo de suas esmolas e migalhas. E aprendi a identificar quem são as pessoas pelo seu caminhar, pela sua postura, pelas suas roupas.

Parou um instante e fitou o viajante.

- As pessoas criam mundos envolta delas. E acreditam que a visão de mundo delas é a correta. Se ela achar que mudando as vestes ou o jeito de falar engana as pessoas. Ela vai acreditar nisso, mas um bom observador sabe que é apenas uma máscara.
- Entendo... Mas infelizmente o senhor viu meu rosto, me perdoe.

Com um rápido golpe de espada, separou a cabeça do velho do corpo. E tomou um rumo.




O que somos no nosso intimo é o que vendemos. Quanto mais se sabe, mais rápido se morre. E o que achamos que é verdade não pode ser questionada (isso vale para maioria das pessoas).




Vivo e amando a minha Neko, isso é o que importa por hora.

" Do pó viemos e ao pó retornaremos"

Um comentário:

Unknown disse...

Nossa!!! Foi vc que escreveu??? Depois me diz que não sabe escrever...

Gostei da história, mas não sei se entendi direito, acho que sim. Será que é verdade que qto mais sabemos, mais cedo morremos???

TE AMO!!!