quarta-feira, 26 de setembro de 2007


abro a porta, evito o espelho,
o procuro o painel, aperto o andar,
fecha porta abre porta.

tiro o molho de chaves do bolso,
viro a chave no miolo
e abro a porta....

....para o reflexo da minha mente,
....para o reflexo da minha solidão,
....para o começo do fim de mais um dia,
ou será menos um dia?

sala escura, deveria me surpreender?
dois miados, eu sei quem são.
é bom vê-los, mas não são tudo....

cartas por debaixo da porta,
para que abrir se eu sei o que dizem.

geladeira vazia,
armarios vazios,
vida vazia,
mente cheia....

outra briga de vizinhos,
outro choro de criança,
mais uma cantada de pneus,
ao longe um apito....

....ao longe vai o que sobrou da minha pouca sanidade


outro banho,
outra vez ele não lavou minha alma,
outro espelho que eu evito....

"olhos tristes, distantes"
onde eu estou,
para onde eu vou....

Existe um dito popular que diz o seguinte:
"tudo na vida é passageiro, menos o motorista"

mais uma estação,
novamente nenhum passageiro sobe,
nenhum passageiro desce,
ainda tem algum passageiro?


Tento novamente dormir,
as horas passam,
eu continuo acordado,
ouço os poucos carros que passam pela rua,
aos poucos minha visão começa a me pregar peças,
começo a ver,
projeções do que eu penso.
chega, não quero mais sofrer....

....meu corpo, minha alma,
ainda sangram....

o relógio toca, hora de fazer tudo de novo e viver um pouco mais,
ou um pouco menos....

Um comentário:

Unknown disse...

Mais uma vez quanta tristeza. Sinto me tão mal por não estar ajudando. Eu subi há algum tempo e ainda não desci, ou melhor, nem pretendo descer.

TE AMO!!!